sábado, 14 de junho de 2014

Sonhos Aveludados


Amei a última eloquência dos teus lábios
Sulcados pela irreverência de tons sábios
Espargidos por cartilhas onde se lê amor.

Senti nos derradeiros dons da madrugada
A apoteose de uma pele pura e nacarada
Vestida de simbiose para naufragar a dor.

Guardei do teu orvalho o cintilar do brilho
Que me enlouquece o prazer e onde trilho
Em busca da sensualidade que é só magia
Perante o devaneio ébrio que me acaricia.

Afoguei-me nos vagões da solidão sentida
E me deixei adormecer e despertar na vida
Impulsionado pela paixão que faz do libido
Um néctar de saudade deveras consumido.


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