domingo, 6 de setembro de 2020

SEARA METAFÍSICA


  

Pelas regiões abissais da natureza

Existem inúmeros acervos de gases

Que se misturam em adventos cósmicos

E produzem nas esferas do espaço

Manifestações as mais diversas no éter carcomido

Pelas poluições herméticas da terra gangrenada.

 

As correntes eólicas são vetores de degradação

E nas plataformas das enseadas continentais

Os hemisférios se curvam diante das orgias

Patrocinadas pelas substâncias físico-químicas

Já manietadas à custa dos interesses mundanos

Que não somente desmatam, mas cerzem a atmosfera.

 

Perante o comboio das cadeias de sobrevivência,

Há elementos dilacerados pelas transformações atômicas

Que se atritam entre si e tornam a seara sideral

A floresta negra das ambições fúteis e desnutridas

Em que o produto geográfico desnuda o geológico

E traz aos parâmetros da vida terrestre doenças incuráveis.

 

As combinações maléficas se espalham no orbe

E, aos aspectos denominados vida, advém a morte...

Este é o cenário das mutilações impostas ao universo

Tão circunstancialmente formado há bilhões de anos,

Não obstante na fantasia dos silêncios execráveis

Encontram-se os segredos das constelações da metafísica

E, um dia, mesmo que não queiramos, seremos estrelas cadentes!

 

 

 

DE  Ivan de Oliveira Melo

 

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