domingo, 29 de novembro de 2015

DESARRIMO

Debruço-me sobre o chilrear dos pássaros
Que me convidam a participar da sinfonia
Na cinzenta manhã em que se desenha o dia
Dum inverno que tosse chuva aos pedaços...

Latejo no cortante frio e me agasalho solene
Com as colchas de algodão sobre minha cama,
Então lembro versos que minh’alma declama
E me envolvo no ápice que fecunda meu gene.

Meus dentes tiritam e minha boca umedece,
O corpo é ladainha de movimentos e estresse
E os olhos são interrogação em busca do sono...

Às horas tontas se ultrapassam todos os limites
E nos sonhos enclausurados é que se permite
Que as vagas do mar íntimo cifrem o abandono!



DE Ivan de Oliveira Melo


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