terça-feira, 24 de novembro de 2015

TUDO E NADA...

TUDO E NADA...



Dá-se o vento...
Folhas secas caem dos galhos,
Passarelas recheadas de esperança,
Poeira encardida inunda o ar
Deixando o tempo ressabiado...

Dá-se a chuva...
Torrentes de água nos campos,
Rios abandonam seus leitos,
Lama escorre pelos vales
Deixando a vida insossa...

Dá-se o sol...
Bronzeados enfeitam os corpos,
Suor encharca rostos contritos,
Calor dinamita o bom-humor
Deixando a preguiça hibernar...

Dá-se o sono...
Noites tumultuadas de pesadelos,
Tímido orvalho anuncia a madrugada,
Mortalhas cruzam os espaços
Deixando sonhos castrados ao relento...

Dá-se tudo,
Dá-se nada...




DE  Ivan de Oliveira Melo

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