Dizem
que a roupa identifica o monge.
Não
sei… Há indecentes bem vestidos
E
a ótica que muito se engana de longe
Ignora
indivíduos meio constrangidos
Que
de perto são lavrados de mendigos,
Porém
são criaturas que têm bom senso
Diante
de um social que inverte intenso
Os
valores e se põe em constante perigo.
Já
não há quem adote extrema confiança
Nas
personalidades que circulam nas ruas,
A
vida é uma história de muita esperança,
Hipocrisia
é uma farsa que não anda nua,
Logo
é preciso o cuidado que não se cultua
E
o que o alerta não meça raios e distância
Perante
o incerto que ronda pelas esquinas
Das
gengivas que mordem a isca das ogivas.
O
vestir bem articula o que se parece polido
Entretanto
que a razão se pontifique de zelo,
Pois
nem sempre o mau vestido é o bandido
E
não merece ser chacota e viver o desprezo
Que
aparências imputam como menosprezo
Às
pessoas de um caráter idôneo assumido
E
levadas ao cadafalso da injúria e discórdia
Quando
na verdade é quem traz misericórdia.
A
excelsa virtude consiste em ser ressabiado,
Não
se dê vanglória a rituais de pura fantasia,
Colarinhos
brancos são seres muito enfeitados,
São
os piores vermes que afrontam o dia a dia!
DE
Ivan de Oliveira Melo
Composição
poética inspirada na BALADA.
A
BALADA surgiu na Idade Média como canto,
mas
logo se tornou forma de composição recitada.
Foi
a partir do século XIV que ganhou os moldes
que
se assemelham às BALADAS atuais, sempre
estruturadas
em três oitavas e um quarteto. De
tema
normalmente romântico, dei a esta um con-
teúdo
social intérprete da modernidade.
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