O
homem cultua em si antiga blasfêmia:
O
flagelo da consciência que tece a ignorância!
Há
um certo receio de conhecer as coisas da vida…
Com
isso, deixa-se envolver pelo desconhecimento
E
se encobre no véu dos paladinos rubros da piedade
Temperados
à mercê da compaixão atônita dos nobres.
Rasteja-se
pelos caminhos pedregosos da omissão
Permitindo
que as atrocidades sejam reflexos do meio…
Eleva-se
à categoria dos coitados indigentes sociais
E
sobrevive à míngua dos padrões passionais do óbulo.
Deserda
de si o óbvio: cultura e abnegação ao trabalho
Tolerando
que a mentira alimente a preguiça e a doença.
Foge
aos compromissos em que a palavra seja a lição,
Pois
é mais confortável viver às custas da indignidade
A
solfejar a flauta que cria e recria e que alimenta a alma!
DE
Ivan de Oliveira Melo
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