quarta-feira, 7 de junho de 2017

AUTO DA PROLIFERAÇÃO

A carnificina perambula pelos olfatos indigestos...

Um odor nauseabundo vagueia insólito pelos ares
Enquanto eu que sou apenas tripa libero-me um olor

Capaz de seduzir aos mais incautos medalhões da arte!
Sou restos de pensamentos lubrificados pela insensatez
Dos retalhos oblongos que proliferam em vagabundagem.

O mau cheiro é a tiririca de uma podridão que se exala
E o termômetro das carniças espalhadas pelos vales onde
A catinga marca presença e clama do espaço um antídoto
Suficientemente preparado para copular com os desejos...

Desta forma vive-se em meio a grandes turbilhões nojentos
Que deixam seus detritos à mercê das ogivas que explodem
E implodem dentro dos vendavais as construções oníricas,
Únicas espantosamente conscientes dos sepulcros vazios,
Porém libertadoras das aspirinas que se infiltram no frio!


DE  Ivan de Oliveira Melo



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