domingo, 26 de novembro de 2017

AUTÓPSIA

Tudo é efêmero num íntimo vazio...

Imensuráveis dunas são lampejos estéreis
Dum inatingível deserto amorfo e sem cor.

Tudo o que existe: um nada insensível, irreal...
Invisível aos olhos da mais profunda imaginação,
Mas usurpador do controle emocional e psíquico.

Âmago insalubre, enfermo dos circunstanciais
Devaneios que valsam sobre uma inóspita tela
Que garatuja cada sentimento como tenaz guilhotina
E sepulta a vontade mediante o extermínio da razão.

Indescritível sensação que retrata uma alma febril,
Dementada pela inconsciência de si mesma e do mundo.
Fantoche das ilusões que aprisionam o raciocínio
E liberta a mente a fim de que o indecifrável se resuma
Numa autópsia em cujo reflexo se concretiza a loucura!


DE Ivan de Oliveira Melo 


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