domingo, 7 de fevereiro de 2016

ANISTIA

Tempestade de agonia,
Farrapos humanos deserdados
Da herança da solidariedade
Tropeçam no lodo dos esquecidos
E gemem socorro à luz do dia.

Paupérrimas criaturas sem tom
Dobram-se e dormem nas esquinas
Tendo como únicas testemunhas
Paredes esburacadas de velhos prédios
Já obsoletos na moderna engenharia.

Abandono inclemente jaz indivíduos
Caricaturados pela apoplexia do tempo
Que asfixia faces jovens e senis
Perante a lavoura dos arranha-céus
Que ignoram o respirar da fraternidade.

Silêncio e gritos se misturam à dor
Que dilacera estampas desconhecidas,
Mas heróis da resistência e da ignorância
Que reina mediocridade e petulância
Esquecendo que o fim é igual para todos...

Chuva de indecência é apoteose do mal
Que assola a superfície dum orbe sem cura,
Insanidades são coercitivas do meio social
E as gentes que blasfemam sede e fome
Serão absolutamente anistiados diante do fim!




DE  Ivan de Oliveira Melo

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