quarta-feira, 24 de maio de 2017

DUAS FACES

Eu sossego perante a dúvida,
A incerteza muito desequilibra
E tece teses dum aparato falso
Mediante hipóteses que cultiva.

Eu atropelo irrealidades sem peia
Posto que a mentira alicerça fraudes
Num pacote de ilusões em cadafalso
Onde a vida sem oxigênio serpenteia.

Eu enterro o cálice dos astutos engodos
E o que é magro tende a ser dos gordos
A insinceridade duma mutação covarde...

Eu para sempre afogo o que é iniquidade,
Porque o pseudo advento da veracidade
É cão que ladra e não morde, possibilidade!


De  Ivan de Oliveira Melo




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