terça-feira, 23 de maio de 2017

SOB AS ÁGUAS

Sob as águas plácidas dos rios de prata
Há estepes cuneiformes nas enseadas
Donde se abstrai o pensamento das matas
Que é o fulgor que manipula a ideia inata.

Sob os colchões salgados de um mar morto
Há volúpias insanas nos voos das gaivotas
Que flutuam impunes sobre as vagas revoltas
Devorando instintos nos patamares do porto.

Sob a poluição que se incendeia nos açudes
Há pecados e retratos que parecem virtudes
Debaixo do lamaçal ainda virgem nas areias...

Sob correntes aquáticas se envolve o mundo
Que degela o raciocínio impúbere e imundo
Das mentes enfermas que a vida vã cerceia!


DE  Ivan de Oliveira Melo




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