domingo, 15 de julho de 2018

QUÍMICA DA MORTE



Meus cinco sentidos vivem deveras acesos
Em meu esqueleto de chumbo na sepultura,
Na escuridão desse ambiente se configura
Uma Lua que não brilha, pois o Sol é obeso.

Nos riachos, oceanos, em todos os morros
Tudo o que estava perto agora está distante,
Até o infinito beijo do cosmos astros amantes
E me vejo translúcido até quando estou morto.

Minha carne apodrece, estou em tenaz delírio,
Agora estou inorgânico  e meu aroma de lírio
Transforma-se no túmulo tal qual doce amargo...

Não vejo luz nem sombras, há um oásis deserto
Que são as lágrimas dos corvos que vivem decerto
Nas catacumbas que se obrigam a reter os fardos!


DE  Ivan de Oliveira Melo


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