Percebo-me,
sem olvidar-me acanhado
Diante
da chuva que sacia minha sede,
A
fome em minhas entranhas mui fede
E
no perfume do meu corpo sou talhado.
Corro
sem compreender-me nesse móvel
Que
mesmo longe de mim tanto me desafia,
É
que sou talvez a doce açucena de alegoria
E
de vez em quando nada corro, fico imóvel.
Sorrio
em pontos extremos um longo choro
Que
descontrai minha alma dum tom louro
E
me confidencia: se corro ou fico, sou errado.
Porém
confinado estou na tagarelice do mundo,
Enquanto
as sílabas voam, sou sempre fecundo
E
às vezes me perco do senso, erro o tablado!
DE
Ivan de Oliveira Melo
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