domingo, 20 de agosto de 2017

TERMÔMETRO




Quanto choro... Ah, que tristeza!
As ruas estão apinhadas de gente
E os automóveis buzinam na multidão
Inchando os tímpanos dos transeuntes,
Elevando a porcentagem da poluição!

Quanto choro... Ah, que tristeza!
O tempo passa sempre outra vez,
Os dias são os mesmos na agitação
E quando as nuvens negras desabam
É grande o alvoroço da população!

Quanto choro... Ah, que tristeza!
Que saudade dos tempos de outrora
Quando se podia curtir bem a aurora
E sorrir perante o delicioso arrebol
Entre beijos e abraços daquela hora!

Quanto choro... Ah, que tristeza!
No tempo que envelheceu as pessoas
Há a nostalgia de ver estrelas à toa
E a noite coberta com o suor do prazer,
Das madrugadas via-se o dia amanhecer!

Quanto choro... Ah, que tristeza!
A esperança rói o ritual do que é vida
E tudo se transforma perante a emoção,
A existência que é música e alegria destemida
Agora é tribunal de angústia e solidão!


DE  Ivan de Oliveira Melo


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