domingo, 27 de agosto de 2017

ETÍLICO



Sobre meu túmulo não quero flores,
Nem lágrimas esculpidas de hipocrisia.
Quero, sim, uma cerveja bem gelada
A fim de que possa saborear ardores.

Sobre meu caixão não tolerarei tristeza,
Nem sermão de padres ou de pastores.
Quero, sim, um copo de uísque com coco
A fim de que eu possa festejar a natureza.

Perante minha memória não quero saudade,
Quero, sim, sambas, frevos, impulsividade...
É que no céu também há carnaval e alegria!

Na hora em que meu corpo for à sepultura,
Por favor, nada de silêncio ou de clausura...
Beberei do ataúde o orvalho da alcoometria!



DE  Ivan de Oliveira Melo

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