quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

ÁGUA

Meu sangue é água. Bebe, sacia tua sede!

A vida está sedenta. Faminta… Que horror!
Rios, mares poluídos. Resta a água do esgoto,

A lama podrida que fede. É o olfato da miséria
Que se alastra pelos quilombos da existência
Sem deixar rastros potáveis. Restam os poços

Construídos sob a égide de que água é a fonte
Que limpa a imundície cavada nas entranhas
E alimenta o íntimo desiludido perante a vida!
Meu sangue é água. Toma, lava teu egoísmo

E sacia em tuas vertentes a gulodice da alma!
Come teus propósitos à mercê da vermelhidão
Imaculada e virgem das intempéries do sadio
Líquido que te ofereço… Toma do copo, bebe!
Deixa somente por minha conta a água do olhar…


DE Ivan de Oliveira Melo



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