Não sei onde mora minha volúpia de escrever...
Provavelmente nas entranhas do cotidiano idiota
Que retrata todos os dias o massacre do ideal binário,
Locupletando em suas raízes o constrangimento da vida,
Pois a realidade é um misto de interesses escusos e vis,
Sancionados à luz da incompreensão e da ilusão insensata.
Não sei como sobrevive minha inspiração perante o laico,
Não obstante descrevo perfis de uma natureza indômita
Sem prescrever os andaimes de um latinismo
industrializado
Já que o idioma se perde em meio a um turbilhão de
colóquios
Vomitados diariamente pelos linguajares irracionais do
povo...
Não sei donde provém esta fábula que me acomete o senso,
Talvez através da inequívoca vontade de colocar no papel
Os retalhos que rolam nos asfaltos ainda virgens da
sujeira
Que o analfabetismo de tão analfabeto abandona ao
relento!
DE IVAN DE OLIVEIRA MELO
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