Estou penumbra.
Vagueio por inúmeras estradas.
Às vezes estou
vulto e tenho muito medo do sol,
Porque na escuridão
sem rutilância não há arrebol
E minha alma não
vive, sobrevive só, em segredo.
Mergulho nas trevas
onde água tem cor de sangue…
Estou elemento
químico e vibro dentre sonoplastias
Que tecem a audição
de todas as terríveis empatias
Sobraçando o mundo
mesmo respirando o degredo.
Estou deserto. Minha
areia viaja entre fortes ventos
E perante um oásis
de púrpura excerto os tormentos
Que fogem do fogo e
se disfarçam em pedras de gelo.
Estou sombra. Nas
asas de minha volátil imaginação
Permito que minha
inorgânica valse ao som do violão
E componha nas
astúcias as partituras do estrangeiro!
DE Ivan de Oliveira
Melo
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