quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

REFIL

Solto as madrepérolas que cobiçam corações ladrilhados…

Enxugo as faces de seda que desenham as linhas dum rosto
Que chora as alegrias altercadas pelas alegorias do mundo.

Amparo o peito febril que bate e rebate as insônias da noite
Sem o luzeiro que alumia as pardacentas vertigens das ondas
Térmicas de um mar em que seus dons ressoam nas nuvens

O marulho dos torvelinhos que assanham o tom das procelas.
Acaricio as mãos que tremem sob o orvalhar da chuva morna
Que cai sobre o solo úmido das cascatas frias das madrugadas
Ainda dementes e solitárias perante o sacolejo das horas tontas.

Apiado-me dos sertões áridos vítimas da covardia do sol único
Que trancafia sua luz e deixa nos raios apenas o verme tóxico
Que queima o verde das planícies azedas pela fome pungente
Da areia seca e sem o perfume que alimenta as bocas desertas.
Acosso da esperança a saudade que respira dentro da solidão!


DE Ivan de Oliveira Melo





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