quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

PREMONIÇÃO

Talvez amanhã tu já não mais existas
E eu de repente sinta frio, tirite, fique a sós…
Não poderei contrariar minha verve intimista,
Pois não terei mais o amor debaixo dos lençóis.

A cama para mim haverá de ser martírio,
Tua ausência não será sonho, será loucura,
Pesadelo que me fará confessar em delírio
Que te amei virgem e mulher, amanhã partitura.

Navegarei em valsa pelos devaneios das lembranças…
Se a morte for passagem, terei deveras esperanças
De contrair nas nuvens um novo matrimônio…

Mas… se o sopro da vida a ti pôr um fim,
Então mentecapto estarei… Ah! Pobre de mim!
Afogar-me-ei suicida na camada de ozônio!


DE Ivan de Oliveira Melo




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