domingo, 20 de maio de 2018

CATADUPAS




Inspirei-me na Lua Cheia
De uma madrugada de verão...
O que queria: compor uma canção
Para saborear o que me cerceia.

Tomei do violão, incitei melodia,
As palavras gritavam em tom de epopeia
E as cordas sussurravam em prosopopeia
No perfume das flores de alquimia.

E as aventuras decompuseram minha vida
Em fragmentos da paixão consumida
Pela volúpia dum cio que me fez estremecer.

Num coral de estrelas evoquei o amor
Que se fez redemoinho para sobrepor
Da ternura, o carinho do meu prazer.

E do violão se houve uma disparada
Dum sentimento febril em cataratas
Que em meu peito se instalou, docemente...

A música elevou meu íntimo ainda tímido
À sofreguidão das noites num estágio tísico...
O coração adormecido verteu lágrimas pungentes

E as sensações se renovavam a cada segundo...
Minhas emoções eram centelhas do ardor
Que me queimavam o ventre do excelso amor
Aliciado pela ventura de enxergar o mundo

Pelas vozes que tornam o homem, etéreo...
E, assim, fiz de mim dócil composição
Donde se extrai dum ingênuo coração
O libido das massas do amor hemisfério!


DE  Ivan de Oliveira Melo




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