sábado, 4 de junho de 2016

CENSURA

Certo dia, não me esqueço, eu a vi...
Estava pálida e serena, branca e parda...
Taciturna, envergonhada de ser magra,
Esse então o crédito com que a descrevi.

Com os pés desnudos apreciava o bosque
E longos cabelos lhe davam um ar triste...
Lentamente andava com o dedo em riste
Como a dizer a si mesma: alguém me toque!

Na natureza curtia as delícias das orquestras
Que enchiam os espaços em ritmo de festas
E adocicavam os tímpanos em suas melodias...

Lá se ia pelas trilhas e eu fitava-a enamorado,
Contudo me censurava por ser então casado
E não poder controlar essa paixão tão arredia!


DE  Ivan de Oliveira Melo

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