domingo, 26 de junho de 2016

TORMENTAS

Frio cortante.
Dentro de mim
Um calor bastardo.
Estou sem amante,
Totalmente desnamorado
A vagar o olhar
Pelo éter vazio.

Angústia tresloucada.
Agonia extrema
Faz-me tomar da pena
E descrever a enxurrada
De sentimentos
Que me trazem o cio...

Horas de martírio.
Lágrimas arrredias
Umedecem minha face
E meus lábios em delírio
Prolatam palavras vadias
Perante um eu baldio...

Suor extravagante.
Corpo desnudo,
Sem luxúria,
Sem ideia do adiante
E um raciocínio mudo
Diante dum pensar tardio...

A vida sem oratória.
O amor no mausoléu
Que é o museu
Das inglórias
E de cacholas sem chapéu
Enterradas num mar bravio...

Não só eu. Retrato de muitos
Que misturam paixão e amor.
Improfícua retórica que engana
E causa ao íntimo curto-circuito
Que queima o libido sedutor
E faz naufragar qualquer navio!


DE  Ivan de Oliveira Melo

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