sábado, 4 de junho de 2016

TORMENTA

Ouço os trovões que baculejam as naus,
O mar enfurecido sacoleja almas a bombordo
E as vagas irritadas diante do navio gordo
Fazem tremer pensamentos em tênues saraus.

Perante o barlavento o barco estremece à esquerda
Quando riscos no céu anunciam rigor à tempestade,
Soltam-se no ar as velas que equilibram calamidade
E torvelinhos tecem a agonia que as águas herdam.

Alaridos invadem as noites à convite das procelas
E a lua meio tímida inspira os artesãos tagarelas
Que, mesmo pálidos de terror, escrevem seus versos...

As horas se evaporam no tempo e o sol vem brilhar
Na aurora que desperta velhos marinheiros, e o mar,
Acanhado, subleva-se diante de temporais perversos!


DE Ivan de Oliveira Melo

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