domingo, 5 de junho de 2016

EXORTAÇÃO

Sempre reconheço aquele que tomba
Nos pedregulhos das estradas.
As criaturas apanham, mas há teimosia,
Por isso são vencedoras das derrotas.
Comparo-as comigo mesmo:
Céticas, desequilibradas, tinhosas,
Mal-vestidas e cheirando à lama...
Interpelam-se a si mesmas:
Por que há lodo em minha face?
Por que me abandono à solidão?

Ora, são pessoas de mentes pequenas,
Não conseguem pensar mais alto,
Sempre se acham doidivanas e insepultas,
Estão sempre na contramão do destino ignorado!
Consideram-se estorvos sociais. Ignorância!
Não necessitam de ser nobres para serem gente,
Não necessitam de etiquetas para se alimentarem,
Não necessitam de água morna para o banho quente,
Não necessitam de mãos para se levantarem...
Precisam, sim, de si mesmas!

O mundo aí está e ele é de todos, todos!
Nada da terra pertence a quem quer que seja.
Tudo é empréstimo. Um dia prestar-se-á contas.
Por que então alimentar a miséria
Se a miséria está em suas próprias consciências?

São todos humanos, independentes de razão social,
Independentes de classe, cor, sexo, religião... idade!
Deixam-se abater pelas migalhas da vida.
Choram por um simples arranhão.
Gritam por se acharem esquecidas.


A pobreza é um estado de espírito.
A riqueza é de quem se reflete e não se entrega.
Abastados são os que trabalham.
Pobres são os que deserdam de si as oportunidades
E se permitem cair no lamaçal do nada.
É a vida que é assim. De uns. De outros. De todos!
Então se apegue às chances e não derrame
Lágrimas de crocodilo nem do sangue azul que não existe!
A existência segue.
O amanhã pode ser seu.
Depende exclusivamente de cada um.
De cada todos.
Somos o universo!


DE Ivan de Oliveira Melo

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