domingo, 5 de junho de 2016

QUANDO A ALMA ESCUTA...

Não me atiro sobre a gritaria que assola o mundo...

Há bocas bizarras que estremecem as palavras
E uma sonoplastia incauta inunda todos os espaços.

Os tímpanos ambientais necessitam da calmaria
E as enseadas estrondam na areia plenas de zombaria
Enquanto as línguas desfilam os vermes da peçonha...

Isolo-me na mudez que me faz interpretar os sons
E desvendo resquícios de tons desconexos e aviltantes
Produtores do desequilíbrio que eleva níveis de surdez
E torna a audição nula, relativa aos dons da realidade.

Pesco em meu silêncio o antídoto que combate miasmas
E apenas escuto o ribombar dos meus passos lentos...
Serenamente meus olhos absorvem o balouçar das árvores
E meus ouvidos são aurículas dementadas a ruídos fortes
Embora o áudio que em mim existe seja a audição da alma!


DE Ivan de Oliveira Melo

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