domingo, 19 de junho de 2016

DOCÊNCIA IN NATURA

Oh! Dia cinzento! Teu sol avarento pousa sobre mim
E me bronzeia a alma de uma pálida emoção pueril...
Em meus pensamentos há sangue pobre e também nobre
Que, alucinado, corre pelas veias em busca da embarcação
Ancorada no porto da coragem... Na quietude das brisas,
O medo é levado pela fina garoa que umedece a mente.
Meus sonhos parecem murchos perante a apatia das horas
E a eloquência que transcende ao infinito some-se nas nuvens...
Há desertos impalpáveis num íntimo que pranteia flores
E as lágrimas despencam no oásis dos caramanchões sem cor.
Como desvendar os mistérios que insistem em esconder
Os pássaros da minha fantasia? Ei-los a sobrevoar num céu de marfim
Onde a visão pisca diante de uma passarela de sentimentos em êxtase!
Como alimentar um espírito sequioso de amar perfumes de rosas?
Sinto meu olfato carbonizado pelo calor e  embriaguez das estrelas
Que, mesmo sendo dia, despontam na claridade do firmamento
E me sorriem pela arquitetura de um espaço adornado de névoas...
Oh! Dia cinzento! Os astros que cantam as harmonias celestes
Abrigam em seus seios a ventura do doce despertar da orgia
E nas brumas de cada amanhecer há um sol que pare luz
E nomeia cada um dos rebentos de acordo com matizes do arco-íris
Para que a chuva traga aos corações humanos o despertar da sensatez!
Assim, materna é a natureza que ensina as lições da sobrevivência
E deixa gravadas no éter a certeza do caminho, da verdade, da existência!


DE  Ivan de Oliveira Melo

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