terça-feira, 11 de abril de 2017

AO AMIGO QUE CHORA

Ao amigo que chora, abandonado
De mim, no estertor da vida sinto
Que a solidão é afeto cruel e tinto
E a separação não é apanágio sagrado.

Importante saber-se amado e protegido
Perante circunstâncias que delatam o fim
E ter em mente numa saudação um sim
Embora a boca aberta seja ar sustenido.

Injusta seria uma saudade de proveta
Aquinhoada nos hemisférios duma gaveta
Onde se guardam reminiscências do passado...

Que esse amigo sorria, sempre enamorado
De si mesmo e das conquistas que, ao seu lado,
Serão orquídeas presentes do futuro antecipado!


De Ivan de Oliveira Melo



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