domingo, 30 de abril de 2017

REVOADAS



Estas são as fontes em que me banhava
Dum dourado sol que me tingia a pele...
Triste segredo meu que o tempo repele
E não devolve as horas onde eu estava!

Estes são os vales que me eram o abrigo
Dos perigos dum mundo hostil e violento...
Tristes devaneios surripiados pelos ventos
Que me abandonaram ser dialogar comigo!

Aqui estão os pardais que cantaram o exílio
Da desventura que me sobraçou o exímio
Sino que entoava as canções da minha festa...

Aqui estou a soluçar as serenatas do cansaço
De tanto esperar que as andorinhas no espaço
Possam solfejar notas musicais de uma seresta!


DE  Ivan de Oliveira Melo

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