quarta-feira, 5 de abril de 2017

MORTO-VIVO

Há momentos em que me constranjo,
Não me reconheço, não sei quem sou…
Há instantes em que me estranho,
De estar em mim… Sou-me desconhecido!

Há horas em que me enclausuro
Para não me enxergar… Esquisitice!
Como devo proceder, então?
Não me identifico em meu retrato!

Há minutos em que busco uma fuga,
Talvez nas estâncias metafísicas de mim,
Ou simplesmente assassino meu sonho,
Pois não me vejo, não me fito… Estou cego!

Há ocasiões em que me perco no íntimo,
Meu idioma não me compreende… Hieróglifos?
Não sei… Apenas já não durmo madrugadas,
Nem sei a cor da luz do dia… Serei sombra?

Não! Sou vulto de uma inconsciência acéfala
E meus miolos são átomos de engrenagem nula!
Portanto, sinto e não sinto, vivo e não vivo…
Tão somente sobrevive em mim um morto-vivo!


DE Ivan de Oliveira Melo




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