quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Cacoete



Não  tive,  não  tenho  a  intenção  de  magoar-te,
Meu  amor  por  ti  é  sacratíssima  arte
Que  meu  pincel  pinta  através  das  palavras.

A  raiz  do  seu  bojo  configura-se  de  forma  platônica,
Mexe  e  remexe  com  minha  estrutura  anatômica,
Deixando-me  desenhar  perfis  sem  molas  na  catraca.

Amor  que  não  se  dissipa  com  o  desenrolar  do  tempo,
Fica  preso  nas  entranhas  esse  inesquecível  sentimento
E  meu  esqueleto  solda  células  que  me  maltratam...

Camuflado  por  sorrisos  que  transformam  minha  face,
Esse  amor  habitaria  o  deserto  se  se  manifestasse
E  me  levaria  a  um  sepulcro  de  barro,  sem  ouro  nem  prata...

Torno  prisioneiro  um  amor  que  pode  ofender-te,
Por  isso  tu  navegas  em  mim  como  insigne  cacoete
Que  a  vida  me  impôs  como  pérola  de  ressaca...

Tempestade  que  me  faz  sofrer  no  balcão  do  espaço
E  que  me  deleta  do  íntimo  a  esperança  que  abraço
Que  é  sonhar  com  um  amor  que  fenece  em  minha  carcaça!

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