terça-feira, 2 de outubro de 2012

Solidão Exótica



Luizinho. Quinze  anos.  Lindo menino!
Belíssimos  olhos  azuis,  corpo  de  atleta.
Vivia  angustiado,  sempre  alerta,
Pois  era  tratado  com  todos  os mimos.

Seus  cabelos  loiros  pareciam  seda
E  ele  os  tratava  com  bastante  orgulho,
Mas  sua  vida  era  pálida,  cheia  de  embrulhos,
Plena  das  mais  inconfessáveis  facetas.

Um  dia  despiu-se  diante  do  espelho,
Seu  corpo  imberbe  apresentava  transformação  lenta,
Em  sua  pele  macia  a  mão  desgovernada  enfrenta
Uma  auto-carícia  no  púbis  branco  e  vermelho.

Logo  uma  intensa  sensibilidade  aflora
E  ele  se    envolto  em  grande  excitação,
Sua  mão  nas  órbitas  faz  dançar  num  enorme  tesão
Um  espesso  conteúdo  que  traz  o  tremor  da  aorta.

A  outra  mão  percorre  o tórax  de  veludo
Em  que  pequenos  mamilos  estão  cheios  de  desejo,
Os  dedos  apertam  levemente  essa  vitrine  de  lampejos
E  da  boca  escapam  exóticos  delírios  sobre  o  corpo  desnudo.

O  baile  das  mãos  silencia  o  agitado  coração
E  no  auge  do  prazer  ouve-se  um  último  gemido,
A  massa  branca  que  navega  até  o  encantador  umbigo
É  o  produto  que  enobrece  singular  sensação.

Breve  sorriso  delata  na  alegria  a  auto-afeição
E  o  espelho  fotografa  nádegas  perfeitas,
Um  banho  revigora  as  energias  desfeitas,
Mas  as  horas  retomam  uma  rotina  carente  de  emoção.

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