domingo, 28 de outubro de 2012

Você se foi... Tu chegaste!



Esperei  tanto  por  ti,
Tantas  vezes  disse:  “te  amo”,
Chorei  tua  ausência,  desfiz  planos
E  ainda  hoje  zombas  de  mim...

Meus  olhos  atônitos  ficavam  quando  te  viam
E  meu  coração  disparava  alucinado,
Um  arrepio  era  o  sinal  desesperado
Dos  desejos  sequiosos  de  ter-te  que  me  consumiam...

Naveguei  pelos  braços  de  uma  esperança  sem  retorno
E  me  senti    a  enxugar-me  as  lágrimas  da  madrugada,
Outra  vez  o  sol  brilhava  anunciando  uma  alvorada
Que  me  trazia  o  desdém  de  ver-me  abandonado  de  novo...

Durante  meses  aguardei  eclodir  tua  paixão,
Pois  de  tua  boca  escutei  que  me  amavas,
O  tempo  voou  e  pela  brisa  insólita  que  me  enganavas
Destruíste  o  flúor  que  fecundava  de  amor  meu  coração.

Quantas  vezes  ansiei  por  teu  abraço...
Quantas  vezes  sonhei  dormir  em  teu  peito...
Agora  choro  a  amargura  do  devaneio  desfeito
E  no  único  beijo  não  te  beijei,  beijei  o  espaço...

A  vida  é  linear  e  tudo  segue  em  frente,
O  mundo  gira  ao  redor  de  nós  e  vêm  outras  etapas,
Na  face  do  passado  arquivam-se  as  velhas  capas
Para  que  no  futuro  tudo  possa  vivificar  diferente...

Donde  menos  esperava  um  novo  amor  surgiu,
Entregou  à  paciência  o  momento  certo  de  vir  à  tona,
Perspicaz  foi  se  aproximando  demarcando  zona
E  no  instante  oportuno  deu  o  bote  e  me  seduziu...

Disse  o  clichê:  a  pressa  é  inimiga  da  perfeição,
Aventurar-se  no  escuro  é  perder  de  vista  o  objetivo,
Na  agonia  em  que  estavas  poderia  ser  vão  meu  tiro,
Então  decidi  chegares  ao  desfecho  de  tua  aflição.

Quando  me  viu  acabrunhado  a  sofrer  pelos   cantos,
Teve  a  certeza  de  que  a  solidão  me  maltratava,
Assim  chegou  de  mansinho,  confessou  que  me  amava
E  me  presenteou  com  o  beijo  que  ofuscou  meus  desenganos...

Levou-se  à  velha  casa  onde  vivera  com  seus  avós
E  se  pôs  a  acariciar-me  o  corpo  com  ternura,
Desnudou-se  e  me  vi  perante  de  uma  nudez  tão  pura
Que  de  agora  em  diante  sei  que  jamais  estarei  só...

Não  posso  ainda  dizer  que  amo  esta  criatura  profundamente,
Contudo  estou  consciente  de  que  a  felicidade  bateu  à  minha  porta,
Entrego-me  ao  recente  sentimento  e  nada  mais  importa
A  não  ser  usufruir  de  uma  existência  que  não  me  é  indiferente...

Sobre  uma  cama  macia  permito-me  consumar  o  ardor
Que  busquei  sem  resposta  na  pessoa  errada,
Viajo  no  êxtase  das  carícias  e  não  penso  mais  nada,
  que  desnudos  e  sem  fantasias,  saboreamos  do  amor!

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