De repente olho
para trás, no
tempo e
Meus cabelos se esvoaçam no
vento
Já grisalhos e
maduros de vida...
Será que valeu
a pena chegar
até aqui?
Nada
edifiquei para mim,
senão sabedoria
Que busquei incessantemente nos
livros
E na oralidade
que viaja de
boca em boca...
Viver é pelejar
em prol de
um destino
Que nem sempre
é aquele traçado
em metas,
Mas o que
é imposto por
circunstâncias que afetam
O livre desenvolver
de uma existência
feliz...
O progresso nocauteia
determinadas aspirações
E a sensibilidade
dorme no seio
das ambições
Transformando
fraternidade em plataforma
de egoísmo
Em que realmente
vence quem for
mais forte...
O amor virou
moeda de uma
corrente sensualidade
E a cada
dia que passa
mais se torna
prosperidade
Em um universo
onde a moral
abandonada, caducou...
O espaço travestiu-se
em medida de
honra e disputa,
Cada
centímetro é batalhado
como se fosse
único
Perante
olhares que somente
presenciam as contendas...
A verdade foi
caracterizada como fraude
E a mentira
graceja diante dos
infortúnios do povo...
Por isso mais
uma vez me
indago:
Será que valeu
a pena chegar
até aqui
E assistir aos
deslumbramentos da hipocrisia?
Diante da fome
que mata, da
sede que maltrata,
Das doenças que
imperam e se multiplicam,
Da ausência da
digna moradia, das
drogas que campeiam...
Já não sei!
Da própria esperança
minha esperança pereceu
E meu pudor
ainda não me
desconheceu
Porque
sobrevivo na solidão
e na saudade!
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