quinta-feira, 7 de março de 2013

Consolo



Responde-me:  por  que  choras?
Acaso  o  leite  derramou-se?
Que  dilúvio  se  apoderou  de  ti?
Para  sempre  te  calas  ou  me  falas  agora...

Esta  enxurrada  em  teu  olhar
Afoga-me  em  mim  o  leme  sazonal
Que  uso  para  desbravar  o  mal
Tão  presente  na  ressaca  do  teu  mar.

Sinto  no  arrepio  lúgubre  das  gaivotas
O  estuário  ferido  da  natureza  morta
Que  povoa   teu  semblante  carcomido...

É  dor  o  que  te  deixa  nesta  dantesca  fossa?
Abre-te  aos  meus  ouvidos,  eles  não  se  importam
De  acariciar  teus  vértices  e  ter-te  junto  comigo!

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