Responde-me:
por que choras?
Acaso o leite
derramou-se?
Que dilúvio se
apoderou de ti?
Para sempre te
calas ou me
falas agora...
Esta
enxurrada em teu
olhar
Afoga-me em mim
o leme sazonal
Que uso para
desbravar o mal
Tão presente na ressaca
do teu mar.
Sinto no arrepio
lúgubre das gaivotas
O estuário ferido
da natureza morta
Que povoa teu
semblante carcomido...
É dor o
que te deixa
nesta dantesca fossa?
Abre-te aos meus
ouvidos, eles não
se importam
De acariciar teus
vértices e ter-te
junto comigo!
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