sexta-feira, 29 de março de 2013

Ponto Final



Faz  tempo  que  a  vida
Deixou  de  ser  uma  constante,
Ou...  talvez  nunca  tenha  sido...
A  inconstância  é  o  retrato
Mais  peculiar  de  nossa  era,
Por  isso  nunca  dou
Um  ponto  final  em  minhas  elucubrações...
Por  quê?  Porque  tudo  muda
Inesperadamente  de  um  momento
Para  outro...  O  que  é  agora,
Não  é  depois,  ou  o  contrário.
Sempre  faço  uso  das  reticências,
Dos  dois  pontos,  de  uma  interrogação,
De  uma  exclamação...
Não  sei  o  que  virá  por  trás  disso.
A  vida  está  repleta  de  surpresas,
De  especulações,  de  disse-não-disse...
Tudo  é  uma  questão  de  novidades!
Resguardar-se  é  conveniência  adequada.
Ninguém  de    consciência
Deve  afirmar  de  peito  aberto:
Deste  pão  não  comerei!
Desta  água  não  beberei!
É  santa  ingenuidade...
E,  como  não  quero
Ser  pego  de  repente  pelo  inesperado...
Ponto  final  para  mim  é  uma  aberração.
Como  ficaria  depois  minha  palavra?
Poluída...  desacreditada...  no  ócio...
Ponto  final    tem  um:  a  morte!
Bem,  para  isso  não    jeito  mesmo!

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