sábado, 2 de março de 2013

Mormaço


Chuva fininha,
Sol escondido entre as nuvens
E eu perambulando
Pelas ruas da cidade grande...
Mormaço perturbador,
Do tipo que agita o bom senso
E deixa o corpo a pingar de suor...
Na aglomeração das ruas
O transeunte de passo incerto
A tropeçar nas labaredas
Do pensamento congestionado
Pelas angústias do dia a dia...
Negócios fomentados
Pela arte da sobrevivência
Que exige dinamismo,
Mas também precaução
Diante dos estados depressivos...
O temperamento a mercê das horas
E da atmosfera de calor intenso
Que irrita e provoca a exaustão
Do físico alquebrado
Pela indiferença
Das fisionomias anônimas
Que circulam apressadas
Esbarrando num, noutro
E soltando pornografias
Sem nexo, sem juízo
Ao invés da palavra mágica
Que mesmo pronunciada alhures,
Conforta, digere e tudo passa...
E no aconchego das massas
O tempo se transforma,
A chuva cai forte
Banhando as consciências
Que se asilam no frescor
Da água que ensopa
E que expulsa as convulsões
Que atropelam os raciocínios
Dos que querem lutar!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe o seu comentário.