Meu corpo dorme
sem sonhos na
cripta solitária
Das encostas ressequidas
entre arvoredos mortos,
O êxodo contínuo
de animais para
outros portos
É a arquitetura
dantesca de uma
natureza sedentária.
Vermes
homicidas se nutrem
da carne apodrecida
E o sangue
coagulado é o refresco da
refeição,
Do lado de
fora os abutres
pranteiam a insatisfação
De serem preteridos
no faustoso banquete
da carcomida vida.
Dentro da lápide
fria os ossos
suam com o
calor
E repugnantes insetos
roem o cálcio
já sem o odor
Que é a
nauseabunda razão da
alegria na festança...
No tempo irreversível
a carcaça torna-se
abandono
E o esqueleto
respira na solidão
o passar dos
anos
Tecendo
lágrimas de saudades
das afortunadas lembranças!
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