sábado, 23 de março de 2013

O chapéu



Eita  correria  do  diabo!
Gente  alvoroçada  a  gritar  estabanada
Pelas  esquinas  da  madrugada  festiva...

Parecia  um  bailado  de  huguenotes
A  lançar  ao  chão  as  pontas  dos  chicotes
Em  reverência  às  madonas  e  chiquitas...

Algazarra  se  dissipou  pelos  fundos  da  cidade,
Sem  sono  desci  pelas  escadas  da  curiosidade
E  encontrei  um  bonito  chapéu  abandonado...

Era  feminino  aquele  adorno  requintado,
Nele  descobri  uns  fiapos  de  cabelos  aloirados
E  um  aroma  que  me  encheu  de  ardor...

No  dia  seguinte  pendurei  o  objeto  à  janela,
Era  necessário  desvendar  do  chapéu  a  cinderela
Que  causava  a  mim  uma  taquicardia  de  amor...

Nunca  me  apareceu  ninguém  a  reclamar,
Com  a  dona  do  chapéu  até  hoje  estou  a  sonhar
Imaginando  desejos  e  beijos  em  devaneios  de  dor!

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