domingo, 8 de maio de 2016

ANGÚSTIA

Morde-me o pensamento... infeliz tormento!
Quem sou? ah, triste esta minha circunstância!
Por fora estou para mim como última instância
A sufocar-me os brios perante atroz sentimento!

Não consigo meditar! ... é a angústia das horas
Sempre a cutucar-me como se mudo eu fosse...
Contudo enxergo um éden como gostoso doce
A espalhar-se em mim como quem me devora!

Nada é obscuro, entretanto... Há o sutil encanto
Mendigando sorrisos e todas as lágrimas espanto
Para comungar da pseudo euforia que se instala...

Ah! tudo está muito cinzento, estou bastante só!
Somente partículas dos instantes que são um nó
A estrangular-me a paciência que parece opala!


DE  Ivan de Oliveira Melo

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