domingo, 29 de maio de 2016

AURA

Às vezes me sinto com fome de versos
E me ponho diante do espelho, converso
Perante uma imagem que é só fumaça...
Nada! É que estou a enxergar-me a aura!

Vejo-a transformar-se quase inteiramente,
Porém percebo que são fluidos intensos
Que mexem e remexem em meu senso
Deixando-me a imaginar-me deliberadamente...

Há instantes em que a vislumbro como neve,
Com a brancura suave que tem o algodão;
Noutros noto-a subversiva como um ladrão
A maquiar-me a vida tão plena de estresses!

Ah! Penso... Talvez tudo isto me seja ilusão!
A ótica anda a trapacear, trata-me covardmente
E sei eu que aura é leveza cheia de sensação,
Não a estapafúrdia imagem que vejo de repente!

Livro-me do espelho... Respiro de malandragem
E certeza tenho que aura é meremente maquiagem!


DE Ivan de Oliveira Melo

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