domingo, 29 de maio de 2016

SANTUÁRIO INTERIOR

Enquanto é calor, também me queimo por dentro.
Comparo-me às coisas que se tostam ao fogo,
Igualmente me incinero dos temas maquiavélicos
E permito que as labaredas me lambam o imprestável.

Meu destino inicia-se em meu íntimo, sempre verão...
Encaro as perfomances da vida de forma natural,
Pois combater o indestrutível é lutar sem sucesso.
Faço comparações entre o fácil e o difícil e me vigio
Diante do que não entendo a fim de uma análise fria...

Às vezes o verão está bem acima da média, bebo água
E me torno bombeiro de mim, a apagar o mercúrio
Que se instala e que tenta cozinhar-me a consciência...
Líquido gelado é derramado sobre as fagulhas, urgente...
Sinto o arremesso de uma fumaça incolor a espalhar-se
Pelo âmago e logo em grandes alturas ganha o exterior.

É quando chega o inverno, repleto de umidade e frio.
O que devo compreender perante tais ocorrências íntimas?
Nada se mantém constante, há metamorfoses inesperadas
E até gelos em cubo surgem dum nada onde há tudo...
Verdade que ocorre uma mistura, não sei se homogênea
Ou suficientemente heterogênea para uma reação química
Que se opera num organismo passível de avalanches...

Há tremores biológicos entre os órgãos em atividade...
Quiçá seja melhor apenas observar e permitir que adições e
Adversidades simultaneamente governam o palco dolorido
E à mercê de folguedos e catástrofes de todos os tipos.
Nada é defeito ou privilégio, são sessões de natureza orgânica!


DE  Ivan de Oliveira Melo

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