segunda-feira, 23 de maio de 2016

DIVINO

Ah! Vida, sobrevida, sobrevivência...
Teus portos são imensuráveis...
E eu teimoso sigo mais que censurável
Através das esquinas e das adjacências...

O fardo pode ser leve, mas teimosia pesa
E para quem não é alado, que usa dos pés
Pede mãos carinhosas em sutis cafunés
Para que seja sua mais segura e  eficaz defesa...

Sou apenas vulto nas trilhas de longas estradas,
Carrego saudades embutidas em meu peito
E sei que da vida jamais fui sequer eleito
Para habitar e governar um seio de mulher amada...

Sigo entre as águas de formosa e gigantesca ilha
A pescar o alimento que me deixa longe da solidão,
Tampouco sei o que se passa dentro de um coração,
Pois o meu afogou-se dentre torvelinhos e armadilhas...

E a observar os voos das gaivotas em pleno ar
Espero ter em mim um dia o divino dom de voar!


DE  Ivan de Oliveira Melo

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