terça-feira, 24 de maio de 2016

NOTURNO

Fardo sutil, tênue...
O rugido da floresta
Estronda no espaço
E os animais se recolhem.
Finda o dia. Surge a noite.

Silêncio. Tudo parado e morto.
Só o som dos ventos no ar
A cantar o uivo que amedronta.
Deserto. Nada se move. Escuridão!

Sempre o tudo a vociferar.
É a quietude que sussurra
Na maciez das trevas.
Estrelas que se escondem
E a lua que baila sobre as águas.

Aves piam anunciando perigos.
São os peregrinos da última hora.
Recolhem-se. Banham-se de sono
E roncam os devaneios do futuro.

Nada se perde. Tudo se conta.
O sol desponta. A névoa inunda
A visão dos que despertam
E é levada pelas nuvens ao horizonte.
Dispersa-se o medo.
A coragem balbucia:
A vida é confronto de extremos!


DE  Ivan de Oliveira Melo

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