terça-feira, 24 de maio de 2016

CEIA LÚGUBRE

Minha carne apodrece na catacumba,
Sangue coagulado, refresco de parasita
E a carnificina é o odor que se agita
Dentre paredes que guardam quizumbas
Dum morto alienado às preces dos fiéis...

Vermes deglutem meu cadáver infame,
Saboreando taco a taco nefasta podridão,
Arrotam azedume no horror da refeição
E convidam bactérias vindas em enxames
Que me devoram ansiosas as unhas dos pés.

No palor excêntrico dos ossos há a porose
Dinamitada pela fome dos nocivos insetos
Que vorazes se tornam do tear que é abjeto
Alimentando a festa com macabras doses!


DE  Ivan de Oliveira Melo

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