Eu também nasci…
Todos nasceram um
dia
E, certamente,
haveremos de morrer.
Só que somos
comuns,
Pecadores, melhor
dizendo.
Nosso berço não
foi manjedoura
Nem recebemos
visitas de Reis Magos.
Mas nascemos.
Muitos vivem muitos
anos,
Outros morrem cedo,
Mal chegam à vida e
partem.
Não somos profetas
Nem realizamos
milagres,
Apenas o milagre de
estarmos vivos
Apesar das
inconstâncias,
Da violência,
Das doenças
incuráveis...
Não somos
majestades
Nem muito menos
imperadores.
Somos réus da
existência,
Vítimas da
hipocrisia,
Debutantes do
orgulho
E príncipes da
ambição.
Não somos santos
Nem temos
seguidores…
Somos carne e osso,
Humanos falíveis,
Governantes
inescrupulosos,
Somos o povo das
injustiças.
Não somos o tempo
Nem horizontes do
dia…
Somos madrugada,
Chuva que constrói
E que falta,
Sol que alimenta
E que tosta, sem
piedade…
Somos menestréis
das horas,
Vagabundos do ócio,
Inimigos do
trabalho,
Usurpadores do que é
público
Somos sede e fome,
Mais mentiras do que
verdades,
Somos adornos de
charlatães.
Somos sonhos,
Somos ilusão…
Somos pensantes,
Porém nosso
raciocínio
Corrompe-se de
falsas esperanças…
Enfim, nascemos, sem
manjedouras.
Morremos carregando
nossas cruzes
E adormecemos sem
sabermos
O que será do
amanhã…
Ora, amanhã será
apenas
Mais um dia, nada
mais,
Porque o que no hoje
se pinta
É a rotina que nos
consome
Mudos e cegos
E nós passamos,
E a vida segue sem
renovação,
Pelo contrário,
Destruindo-se a cada
segundo.
Este é o ser
humano!
De Ivan de Oliveira
Melo
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