quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

DENDÊ E BAUNILHA

Meus olhos hão de mui retratar
O verdor da paisagem silvestre…
Sou silvestre e o tempo me veste
Com a ferocidade das vagas do mar!

Minhas mãos hão de mui tocar
Nas selvagens matas das horas…
Sou selvagem e o vento me sopra
Com a bravura do indomável cocar!

Meu peito há deveras de sentir
As falcatruas que são souvenir
Dum sentimento que coça mentiras…

Enfim, meu corpo há de mui entender
Que o mundo é um sorvete de dendê
E que as pessoas têm gosto de baunilha!


DE Ivan de Oliveira Melo




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