sábado, 3 de dezembro de 2016

MUNDO OBSCENO ( poema crítico )

Muitas vezes a linguagem cede espaço ao pornô...

Pornografia e pornofonia têm aspectos distintos:
Grafia é o que se escreve; fonia, aquilo que se ouve.

Entre o que pronuncia e o que se escreve se enxertam
Realizações semânticas no mais das vezes de merda
E o idioma se perde em labirintos que não se postam,

Porque é o povo que escolhe um vernáculo meio bosta
E, assim, a língua se deteriora com tudo o que se imputa,
Como se ao falante respeito se devesse pelo filho da puta
Que engendra nocivamente vocábulos que não têm leste...

Trata-se de enfermidade sem cura, é uma verdadeira peste
Que se consorcia em ampla demanda e há quem ainda corra
Pelos mundos obscenos em busca da maldade desses porras,
Porquanto a palavra não embota tempero, seja norte ou sul
E quem mais se prejudica  é o pobre coitado que toma no cu!



DE Ivan de Oliveira Melo

  

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