terça-feira, 13 de dezembro de 2016

SENTENÇA

Bebei da lágrima que lubrifica vosso olhar,
Não deixeis que ela role pelo asfalto úmido,
Ela pode resfriar-se e vossas pálpebras secarão
Perante as turbinas sem hélices do avião sem asas.

Tende todos os cuidados para não adoecerdes,
Sede paciente com vossas limitações e buscai
No santuário das alquimias humanas o antídoto
Que rejuvenesce as preocupações sanatórias das horas..

Lançai vossas mãos para o alto esperai da estrela-guia
O brilho que será o advento das novas e suaves alegrias,
Porque na relva do mundo a seca definhou todo o verde
E nem a chuva trará de volta o orvalho que adormecera.

Resisti aos impulsos da covardia que impera no orbe,
Pois a desconfiança não saneou a pureza que cai lépida
E todas as convenções humanas estão sinuosas diante
Das almofadas que acariciam as cacholas mal dormidas.

Vivei essencialmente à espera da redenção que chegará
Inescrupulosamente e sem consultar os anfitriões da lei,
Porquanto a beleza obtemperou a razão e lhe deu liberdade
Para aconchegar-se aos desígnios infinitos da saudade…

Pensai em quanto tempo as lamparinas ficarão ainda acesas
Visto que o céu estará escuro e dias e noites serão um só!




DE Ivan de Oliveira Melo  

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