É inverno em minha
mente.
Meu solo, que estava
árido,
Agora espuma de
fecundidade
E os arbustos
começam a esverdear…
Longo período de
chuvas se avizinha
E uma fartura de
palavras
Promete ser meu
banquete.
Diviso meus campos
floridos
E uma imensa
paisagem se descortina…
Minhas florestas se
renovam
E o doce gorjeio dos
pássaros
Anuncia um tempo
frio…
Preciso amparar-me
de cobertas
E deixar que os
dentes tilintem, alegres…
Que manjar
indescritível!
Um sol tímido tenta
surgir de repente,
Mas logo se esconde
pelo gotejar de chuviscos
E o dia esmaece
dentre nuvens pesadas
Onde relâmpagos
riscam os céus
Enquanto trovões
afoitos ribombam
Prevaricando medo e
tertúlias!
A noite desponta no
horizonte…
Observo perante a
encardida janela
A escuridão
alucinante, um silêncio soturno…
Madrugada. Escuto do
relógio na parede suja
Um eco de calmaria
que abate as horas
Diante das trevas
imorredouras…
Apenas meu coração
borra o deserto!
DE Ivan de
Oliveira Melo
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